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sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Se fosse “fácil e simples”...

Estávamos conversando, um amigo e eu, sobre uma terceira pessoa, esperando entender algumas atitudes desta. Comentei como certos comportamentos me remetiam às situações específicas na infância e meu amigo rebate com um tom incrédulo: “Se fosse só isso... seria fácil, simples...”

“Fácil e simples”, como se Descartes estivesse sempre certo; como se tratasse de um fator puro, isolado, independente, quem sabe irrelevante. Se houver alguma coisa isolada e pobre como Descartes compreendeu (ou tentou compreender) o mundo, se houver, são pouquíssimas situações “isoladas e pobres”. O mundo é sistêmico; o humano é dinâmico; as relações interpessoais possuem um soberbo “Entre”, bem no meio do “Eu-Tu”; a existência é um eterno devir. Tudo está interligado, está inter-relacionado, é interdependente e interativo.

Concluo que uma “simples” alteração pode levar a alterações subseqüentes no sistema ao qual pertence e nos sistemas com os quais comunica-se. Perder essa dimensão dinâmica e sistêmica é empobrecer o humano e o seu mundo; o mundo-ambiente no qual essa pessoa vive e se constitui, com o qual contribui participativamente e que igualmente devolve participando no processo de tornar-se pessoa.

Ah, se fosse meramente “fácil e simples”...

Um comentário:

Unknown disse...

Pois é, meu caro! Muitas vezes as pessoas estão tão presas a si mesmas que não conseguem perceber no mundo o reflexo de suas atitudes e a influência dele nelas. É perceber-se como parte e não como todo.