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quarta-feira, 11 de agosto de 2010

E assim segue a vida, correndo, respirando, fitando o alvo, o obstáculo... Concentrando corpo e mente para alcançar o objetivo, percorrer um caminho, transpor as barreiras, chegar ao final da batalha...
Para um candidato a atleta ser efetivamente um atleta, precisa ele entregar-se ao treinamento, ao técnico, aos exercícios, à disciplina física e mental.
Para o trabalho físico, há as técnicas e os conhecimentos para saltar uma barreira com êxito.
Para o trabalho mental, igualmente valioso, também há técnicas e conhecimentos específicos.
Olhe agora, não diretamente para o esporte de alto rendimento, mas para as cotidianas batalhas, obstáculos e percursos. Trabalho físico e mental coerentemente aplicado para acabar cada dia da melhor maneira possível. Sim, isso é uma vida intencional, não escrava do piloto automático, tão natural e pedante.
"Uma vida sem reflexão não merece ser vivida" disse Aristóteles. Penso eu: o que é a vida se passamos por ela desapercebidos, alheios, inconseqüente, despropositados, contraídos, acorrentados, aferrados a uma visão estreita e curta?
Experimente entregar-se ao Técnico Superior e seu ao treinamento. Ele está falando, escute. Ele está orientando, atente-se. Entregue-se, ouça, aprenda, pratique, celebre, e faça melhor corrida da sua vida: A SUA VIDA.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Respeitável público...

Respeito e aceitação do outro é uma relação curiosa. Sem permitir que o outro exista não se pode respeitar a pessoa e o que é dela e o que vem dela. Diversas formas de destratar os semelhantes, tidos como desemelhantes, fazem eco na desumanidade que vivemos nesses nossos tempos, embora haja uma busca enlouquecida pelo sentir-se humano, via obtenção de prazer imediato e intenso. A identidade com o que é humano é tão frágil quanto é rígida; um decalque sobre o ego, sobre a mente, sobre o coração.
Respeito não tem gênero, número ou grau. Ele vem de aceitar o outro e a si mesmo.
Desvalorizar 'a riqueza do ser' em detrimento 'a pobreza do ter' faz com que amemos as coisas e usemos as pessoas. NÃO! Amem as pessoas, usem as coisas, assim você poderá ser amado! Quantos reclamam da solidão, das faltas afetivas, das perdas humanas... Pergunto-me se realmente estão amando o outro ou só estão usando-o para 'tentar' amar a si mesmo. Gentileza gera gentileza, amor gera amor.
Infelizmente nada garante que não tentem usar você para os mais diversos fins. 'Eita mundo lascado...' Mas faça a sua parte e o retorno do seu amor dispensado é certo.
Aceitar o outro é mais fácil que aceitar a si mesmo. Mas depois que se inicia esse processo de aceitar sua própria humanidade, com suas qualidade e insanidades, fica mais fácil aceitar o outro, viver na serenidade e ter condições para mudar o que realmente for necessário. Mas tudo começa com o primordial 'aceitar-se'.
Nenhuma relação inter-pessoal ou intra-pessoal chega a ser pessoal/humana sem a tal aceitação. Será um protótipo de relacionamento, impessoal, desumano, usual, convencional, pobre, frio, insosso .
Um real relacionamento, saudável e 'frutífero' não pode existir prescindindo da existência do outro.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

AMOR X PODER

"Onde o amor impera, não há desejo de poder; e onde o poder predomina, há falta de amor. Um é a sombra do outro." (Carl Gustav Jung, psiquiatra suíço.)

Penso se realmente haveria essa oposição. Seriam mesmo incompatíveis em sua convivência? Por que o poder afugenta ou suprime o amor? Por que o amor requer a rendição do poder? Pus-me a observar. Parece mesmo que apontam para direções diferentes. 

Como um ponta-pé inicial fiz uma lista comparativa. 
AMOR
Iguala as pessoas
Doa e reparte
Liga-se às pessoas
Vale-se de compreensão e firmeza, participação e clareza.
Estimula amor, reciprocidade, gratidão
Gera aproximação; ir em direção ao outro.

PODER
Um subjuga o outro
Exige e concentra em si
Liga-se a posições, dinheiro
Usa de influência e intimidação para conseguir o que quer
Estimula medo, ira, ressentimento,
Gera controle, separação, tensão, indisposição, oposição,
Gera necessidades

Em breve retoma a lista.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

BBC Brasil - Notícias - Faxineiros valem mais para a sociedade do que banqueiros, diz ONG

BBC Brasil - Notícias - Faxineiros valem mais para a sociedade do que banqueiros, diz ONG
Martin Shankleman
Da BBC News

Faxineiros em hospitais gerariam mais valor que banqueiros

Pessoas que trabalham fazendo faxina em hospitais têm mais valor para a sociedade do que os funcionários de alto escalão de um banco, diz um estudo produzido por uma ONG britânica.

A pesquisa, realizada pelo instituto de pesquisas New Economics Foundation, concluiu que o faxineiro de um hospital gera cerca de R$ 30 de valor para cada R$ 3 que recebe.

Já o funcionário do banco (aquele com salário anual a partir de RS$ 1,5 milhão) é um peso para a sociedade por conta dos danos que a categoria causou para a economia global, diz a fundação.

Os especialistas envolvidos no trabalho calculam que este trabalhador destrói cerca de R$ 21 para cada R$ 3 que ganha.

Recomendações

Altos executivos de agências de publicidade, segundo o relatório, "criam estresse", porque são responsáveis por campanhas que geram insatisfação e infelicidade, além de encorajar consumo excessivo.

Contadores prejudicariam o país ao criar esquemas para diminuir a quantidade de dinheiro disponível para o governo, diz a pesquisa. Já os profissionais em atividades como cuidar de crianças ou reciclar lixo estariam fazendo trabalhos que geram riqueza para o país.

A equipe da New Economics Foundation usou o que chama de uma nova fórmula para avaliar diferentes profissões e calcular a contribuição total que cada uma oferece à sociedade, incluindo, pela primeira vez, seu impacto sobre a comunidade e o meio ambiente.

A porta-voz da fundação, Eilis Lawlor, disse: "Faixas salariais com frequência não refletem o valor real que está sendo gerado. Enquanto sociedades, precisamos de uma estrutura de pagamentos que recompense os trabalhos que geram mais benefícios para a sociedade, não aqueles que geram lucro às custas da sociedade e do meio ambiente".

"Deveria haver uma relação entre o que recebemos e o valor que o nosso trabalho gera para a sociedade. Encontramos uma forma de calcular isso", completa.

O estudo da New Economics Foundation também faz recomendações para uma política de maior alinhamento dos salários com o valor do trabalho. A ONG, criada em 1986, define-se como um grupo que visa "promover soluções inovadoras que questionem os tradicionais pensamentos econômico, ambiental e social".

Fonte: http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/12/091214_faxineiros_sociedade_mv.shtml

Liberdade e independência

Confundi-se liberdade e independência. Acredita-se que liberdade é poder, poder fazer. Busca-se depender unicamente de si mesmo e não depender absolutamente de ninguém, mas isso não significa em liberdade; não se trata de uma opção pela solidão ou solitude, mas uma postura arrogante e defensiva, de evitar ou restringir contatos para não depender de outros, tendo ainda o outro como referencial da sua escolha, portanto uma opção dependente.

Fernando Pessoa, admirável poeta português, nos diz: "A liberdade é a possibilidade do isolamento. Se te é impossível viver só, nasceste escravo". Sim, somos escravos porque escolhemos constantemente em função do outro. Poucas escolhas são feitas por nossa conta e risco, poucas são as escolhas que fazemos independentes (pendente-dentro, ie, assumindo referencial interno); talvez isso exija elevando grau de confiança em si mesmo, mas sendo diferente do egoísmo que faz apenas o que quer, sem importante com o bem comum.

Liberdade é conquistada na luta contra o egoísmo e o orgulho, o medo e a vontade volátil. Ela não exclui o outro, assim como não passa por cima dele para fazer o que quer, porque liberdade é poder escolher suas próprias prisões, com disse Sartre, filósofo francês.

Liberdade não implica em ser somente eu, sem ninguém a me cercear. "Não alcançamos a liberdade buscando a liberdade, mas sim a verdade. A liberdade não é um fim, mas uma consequência" (Léon Tolstoi, escrito russo). A verdade do humano é que ele precisa de um outro para se relacionar e então "ser", ou melhor, "se tornando". Portanto, como ser gregário substancialmente, liberdade não pode ser antagonista, mas deve coexistir. Não consigo concorda com Epicuro, filósofo da Grécia Antiga, que diz ser a liberdade é o maior fruto da auto-suficiência.

Não se render à busca de prazer (a todo o custo), de poder (a toda mostra) e de segurança (desesperada), ou seja, não se render à força das necessidades secundárias, isso sim é liberdade; isso é o que permite comportamentos e escolhas autênticas e refletidas; é o que faculta ações e atitudes empáticas, congruentes, afetuosas, simples, sem expectativas irreais, estimulantes e autônomas.

George Bernard Shaw, dramaturgo irlandês e Nobel de Literatura disse "Liberdade significa responsabilidade. É por isso que tanta gente tem medo dela." Nessa responsabilidade estão as escolhas que permitem o equilíbrio de si e do social. "A renúncia é a libertação. Não querer é poder." (Fernando Pessoa). Estão dentro da liberdade o "sim" e o "não", o fazer o não fazer, porque ela é condição de escolhe, não a mera condição de realizar, a simples materialização dos desejos.

"O homem é livre; mas ele encontra a lei na sua própria liberdade". (Simone de Beauvoir, filósofa e escritora francesa)

"Liberdade é uma palavra que o sonho humano alimenta, não há ninguém que explique e ninguém que não entenda".(Cecília Meireles, poetisa brasileira)

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Máscaras e Falso Eu

Para proteção e sobrevivência, para conquistar aceitação e/ou evitar rejeição, desenvolvem-se máscaras: estratégias e mecanismos visando alcançar um único objetivo: afeto, ser importante para o outro, existir na consciência do outro. Logicamente, isso não é tão claro assim e muitos talvez nunca se conscientizem de suas máscaras.

Faz-se o que se pode para obter uma “garantia” do elemento humano primordial à sobrevivência da pessoa: a afeição do outro. Assim aspectos pessoais são abandonados ou ocultados, incorporando outros para “ser o que precisa ser”, o que se pensa que a outra pessoa deseja e procura: atitudes, pensamentos, ações, falas, silêncios etc. Criam-se máscaras para lidar com a realidade; uma fachada que apresente/represente apenas o que se julga necessário mostrar; são subterfúgios usados nos relacionarmos com as pessoas afim de conseguir afeto, aprovação, atenção, aceitação, respeito, segurança, satisfação das suas necessidades.

Acredita-se que o próprio Eu, como se é, não é interessante, atraente ao outro, nem digno de seu amor e atenção. Vão surgindo, nas tentativas de cativar o outro, um Eu diferente de si mesmo, um outro Falso Eu, desesperado, carente, manipulador, melindroso; não é exatamente o Eu verdadeiro, mas é tão real quanto o este, criado à serviços da sobrevivência emocional, psicológica, e até física, para ser desejável ao outro. Esta é a maior ansia do humano: ser desejável ao seu semelhante.

No contato com a realidade e suas respostas, através da interação com o ambiente e as pessoas o "Falso Self" vai sendo desenvolvido, aperfeiçoado, consolidado, ampliado. Pouco a pouco se distancia do Eu Verdadeiro, do contato consciente consigo mesmo; ao se fortalecer o Falso Eu, o Eu essencial se enfraquece; a máscara que se estrutura é a do personagem que se precisa representar, esforçando-se para receber migalhas de afeto, frequentemente aquém das necessidades. Não é o bastante porque suas necessidades fundamentáis e vitais estão às sombras, obliteradas pelo desespero, pelo desamparo, pela sensação de aniquilamento; por se tratar de um “Eu” postiço, falso, artificial, impostor, o afeto que se recebe não satisfaz as necessidades reais, porque não se está conectado com o próprio Eu, mas com um constituido pela interdições, esperançoso por encontrar um oásis.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Canção do dia de sempre

Tão bom viver dia a dia...
A vida assim, jamais cansa...

Viver tão só de momentos
Como estas nuvens no céu...

E só ganhar, toda a vida,
Inexperiência... esperança...

E a rosa louca dos ventos
Presa à copa do chapéu.

Nunca dês um nome a um rio:
Sempre é outro rio a passar.

Nada jamais continua,
Tudo vai recomeçar!

E sem nenhuma lembrança
Das outras vezes perdidas,
Atiro a rosa do sonho
Nas tuas mãos distraídas...

Mário Quintana

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

o tempo

O tempo não é uma medida. Um ano não conta, dez anos não representam nada. Ser artista não significa contar, é crescer como a árvore que não apressa a sua seiva e resiste, serena, aos grandes ventos da primavera, sem temer que o verão possa não vir. O verão há de vir. Mas só vem para aqueles que sabem esperar, tão sossegados como se tivessem na frente a eternidade.
Rainer Maria Rilke

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

DAS UTOPIAS

Se as coisas são inatingíveis... ora!
Não é motivo para não querê-las...
Que tristes os caminhos, se não fora
A presença distante das estrelas!

Mário Quintana

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Se fosse “fácil e simples”...

Estávamos conversando, um amigo e eu, sobre uma terceira pessoa, esperando entender algumas atitudes desta. Comentei como certos comportamentos me remetiam às situações específicas na infância e meu amigo rebate com um tom incrédulo: “Se fosse só isso... seria fácil, simples...”

“Fácil e simples”, como se Descartes estivesse sempre certo; como se tratasse de um fator puro, isolado, independente, quem sabe irrelevante. Se houver alguma coisa isolada e pobre como Descartes compreendeu (ou tentou compreender) o mundo, se houver, são pouquíssimas situações “isoladas e pobres”. O mundo é sistêmico; o humano é dinâmico; as relações interpessoais possuem um soberbo “Entre”, bem no meio do “Eu-Tu”; a existência é um eterno devir. Tudo está interligado, está inter-relacionado, é interdependente e interativo.

Concluo que uma “simples” alteração pode levar a alterações subseqüentes no sistema ao qual pertence e nos sistemas com os quais comunica-se. Perder essa dimensão dinâmica e sistêmica é empobrecer o humano e o seu mundo; o mundo-ambiente no qual essa pessoa vive e se constitui, com o qual contribui participativamente e que igualmente devolve participando no processo de tornar-se pessoa.

Ah, se fosse meramente “fácil e simples”...