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sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Máscaras e Falso Eu

Para proteção e sobrevivência, para conquistar aceitação e/ou evitar rejeição, desenvolvem-se máscaras: estratégias e mecanismos visando alcançar um único objetivo: afeto, ser importante para o outro, existir na consciência do outro. Logicamente, isso não é tão claro assim e muitos talvez nunca se conscientizem de suas máscaras.

Faz-se o que se pode para obter uma “garantia” do elemento humano primordial à sobrevivência da pessoa: a afeição do outro. Assim aspectos pessoais são abandonados ou ocultados, incorporando outros para “ser o que precisa ser”, o que se pensa que a outra pessoa deseja e procura: atitudes, pensamentos, ações, falas, silêncios etc. Criam-se máscaras para lidar com a realidade; uma fachada que apresente/represente apenas o que se julga necessário mostrar; são subterfúgios usados nos relacionarmos com as pessoas afim de conseguir afeto, aprovação, atenção, aceitação, respeito, segurança, satisfação das suas necessidades.

Acredita-se que o próprio Eu, como se é, não é interessante, atraente ao outro, nem digno de seu amor e atenção. Vão surgindo, nas tentativas de cativar o outro, um Eu diferente de si mesmo, um outro Falso Eu, desesperado, carente, manipulador, melindroso; não é exatamente o Eu verdadeiro, mas é tão real quanto o este, criado à serviços da sobrevivência emocional, psicológica, e até física, para ser desejável ao outro. Esta é a maior ansia do humano: ser desejável ao seu semelhante.

No contato com a realidade e suas respostas, através da interação com o ambiente e as pessoas o "Falso Self" vai sendo desenvolvido, aperfeiçoado, consolidado, ampliado. Pouco a pouco se distancia do Eu Verdadeiro, do contato consciente consigo mesmo; ao se fortalecer o Falso Eu, o Eu essencial se enfraquece; a máscara que se estrutura é a do personagem que se precisa representar, esforçando-se para receber migalhas de afeto, frequentemente aquém das necessidades. Não é o bastante porque suas necessidades fundamentáis e vitais estão às sombras, obliteradas pelo desespero, pelo desamparo, pela sensação de aniquilamento; por se tratar de um “Eu” postiço, falso, artificial, impostor, o afeto que se recebe não satisfaz as necessidades reais, porque não se está conectado com o próprio Eu, mas com um constituido pela interdições, esperançoso por encontrar um oásis.

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